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Decidi escrever aqui, sobre algumas escolhas que fiz e que contribuíram significativamente para minha compreensão do ser humano e suas relações.
Iniciei meu trabalho com crianças durante o magistério.
Naquela época eu já sabia que queria fazer psicologia, mas acabei trilhando outros caminhos primeiro.
Quando terminei o magistério, já iniciei trabalhando em escola e continuei por mais de dez anos atuando como professora da rede municipal de ensino, durante esse tempo, me deparei com algo que eu não imaginava: as crianças reais, eram muito diferentes das que estavam nos livros.
Realizei o curso de graduação em Pedagogia com o objetivo de aprender mais sobre 'como dar aula' e acabei trabalhando por oito anos como orientadora educacional em outra rede municipal de ensino.
Enquanto orientadora educacional, eu não via muito sentido na psicologia escolar, eu não via "as mudanças" nas atitudes das crianças que eu queria e aí eu me deparei com aquela crença que existe por aí, de que "psicólogos consertam crianças", mas só fui entender melhor sobre isso quando fiz psicologia.
Fiz um curso de pós em psicopedagogia, antes da graduação em psicologia, pensando em como isso poderia me ajudar na função de orientadora educacional.
No curso de psicologia, durante o estágio eu já comecei atendendo criança através da abordagem gestáltica e ali eu já tinha uma certeza: era com essa abordagem que eu ia trabalhar.
Depois de formada iniciei numa clínica atendendo crianças, mas ainda não tinha certeza se eu queria continuar fazendo isso, até porque, lembra o que eu disse ali em cima? Eu já sabia que na prática era bem diferente da teoria e sentia medo disso.
Quando me mudei, comecei meu trabalho numa clínica que atende crianças e adivinha o que aconteceu? Eu percebi que se eu estudasse, não seria tão difícil e então, venho me tornando uma psicoterapeuta infanto-juvenil e preciso confessar, que hoje eu acho que sempre quis fazer isso, eu só tinha medo.
Hoje é muito diferente visitar as escolas e perceber que eu sou vista como a pessoa eu vai gerar "as mudanças" nas atitudes dxs pequenxs/grandes.
A mudança aqui vai acontecer não no sentido de fazer com que a criança se torne quem os adultos desejam, como eu fiz algumas vezes na escola, quando eu percebia que aquela atitude da criança também não era a melhor solução para ela.
"Mudar não é tentar vir a ser algo diferente do que somos, mas exatamente aceitar aquilo que podemos ser a cada momento, com nossos limites e possibilidades" (BEISSER, 1980).
E isso não significa que a psicóloga vai permitir que a criança bata em todos os colegas e deixá-la resolver isso sozinha porque ela é assim e ponto final, muito pelo contrário, é saber que:
"é tarefa da psicoterapia resgatar os sentimentos não aceitos da criança a fim de integrá-los ao seu ser total e, com isso, ajudá-la a utilizá-los de formas mais congruentes com sua necessidades em cada um dos contextos dos quais faz parte" (AGUIAR, 2015).
Bom, por hoje é isso. Um abraço, 😊E sobre o resgate dos sentimentos não aceitos, um recurso excelente, que funciona como um dicionário das emoções! |
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