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É muito comum as pessoas acreditarem que ser psicoterapeuta infantil é muito fácil, porque a gente "SÓ BRINCA".
Porém, não é qualquer psicólogo que atende criança, não é tão simples como parece. Muitos psicólogos inclusive, admitem que trabalhar com crianças é algo bastante desafiador. E é!
As crianças brincam e na psicoterapia, isso não será diferente.
A brincadeira que é escolhida durante os atendimentos pode até ser parecida com as brincadeiras que a criança explora fora da sessão, jogos como: UNO, CAI NÃO CAI, DOMINÓ, DAMA, entre outros, a diferença está na conduta do adulto que brinca nesse espaço.
Até a maneira como criança escolhe a brincadeira é uma possibilidade de intervenção para o psicoterapeuta. Por isso é preciso estar atento.
É comum os adultos solicitarem o que querem mudar no comportamento dos pequenos, logo na sessão de anamnese e/ou nas visitas escolares. E é preciso explicar para eles qual é o nosso papel e como podemos contribuir.
Eu já ouvi em visita escolar sobre "a importância de trabalhar limites" durante o meu atendimento com a criança, já fui questionada por profissionais: "você trabalha para ajudar a remover chupeta?" e a resposta é NÃO, se isso for algo que o adulto deseja pura e simplesmente que a criança deixe ou comece a fazer.
Nos atendimentos por exemplo, o limite é apresentado logo no início quando eu me apresento e explico que aqui no espaço nós temos alguns combinados, e digo: "você não pode me machucar, você não pode se machucar e nem quebrar as coisas do espaço, certo?"
Alguns dos pequenos começam a rir, mas eu preciso explicar isso.
Se a criança sentir raiva ao perder num jogo, ela vai precisar encontrar uma maneira de lidar com aquela emoção e não vai poder ser: quebrando o jogo, me batendo ou se machucando. Entende?
É claro que isso vai sendo construído.
Quando necessário, outros limites também serão apresentados para os pequenos, como o término da sessão e ter que ir embora, a criança vai aprendendo a lidar com vários sentimentos que podem emergir nessa situação: raiva, frustração, tristeza, entre outros.
Existem comportamentos que são nocivos para as crianças e é claro que precisam ser olhados com cuidado por nós, mas é importante que a criança se dê conta disso e que perceba que existe uma outra forma de lidar com a situação e vamos então, através dos atendimentos explorando novas possibilidades.
"A criança desenvolve inúmeras formas de estar no mundo e relacionar-se com ele, que podem vir a ser mais ou menos satisfatórias, o que significa que vamos deparar com ajustamentos criativos mais ou menos satisfatórios, dependendo das possibilidades do meio e dos recursos do indivíduo". (AGUIAR,2015)
Em cada atendimento vamos nos movimentar de uma forma, cada criança é única e a sua forma de existir também e com cada uma delas, a brincadeira vai ser experimentada de uma forma única também.
Bem, por hoje é isso. Um abraço,😊
E como dica para uso de chupeta ou dedos, dois livros bem legais: "Julieta larga a chupeta" e "Bibi não chupa mais o dedo".
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